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A seda como suporte de trabalho foi durante bastantes anos para mim uma maneira criativa de aprender uma técnica nova que realça o brilho das cores, jogando com os reflexos de luz. Tive então a oportunidade de realizar coleções de lenços de seda relativos a exposições permanentes e temporárias em museus portugueses, mergulhando numa época, num estilo, no mundo de um artista, de um arquiteto... e de recriar num quadrado de 90x90 cm trabalhos inspirados pelo tema proposto, seja Faiança Iznik, ou faiança portuguesa século XVII, loiça Ratinho, azulejaria, Tapeçarias do século XVI, mosaicos de Conimbriga, Bordados de Castelo Branco, variações sobre o Desterrado de Soares dos Reis,... e também séries inspiradas pela arquitetura de Siza Vieira (para o Pavilhão Portugal da Expo 98) ou por obras de Paula Rego para o CCB. Tantos exercícios de estilo que me ensinaram muito, pela captação de sensibilidades tão diversas.

Nos anos 2000 decidi optar por outra via e buscar fontes mais pessoais, usando ainda a seda como principal suporte.

Se hoje é sobre papel, com as suas mais variadas qualidades, que gosto de expressar-me; em geral de forma sequencial (os livros) porque um desenho vem do anterior e faz nascer o seguinte. Continuo a recorrer às vezes ao fio de seda, desta vez (como um traço de lápis) sobre gaze em vez de papel, dando o fio de seda uma vida quase imaterial à figura.

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